Mulher-Maravilha: Gal Gadot fala por que só uma mulher poderia dirigir seu novo filme
- 16 de julho de 2016
Hoje, a Entertainment Weekly divulgou em seu site a entrevista com Gal Gadot que será publicada na próxima edição da revista (a que divulga as atrações da Comic-Con), que estará nas bancas norte-americanas na próxima semana. Confiram a tradução a seguir.
Por Nicole Sperling
Gal Gadot, a atriz de 31 anos, ex-treinadora de combate no exército de Israel, está a caminho de reprisar o seu papel como Diana Prince, também conhecida como Mulher Maravilha. É a segunda vez que ela veste a pequena armadura de guerreira Amazônia, mas desta vez, em vez de ser uma pequena participação, como no grande filme Batman v Superman: A Origem da Justiça, ela será a atração principal do primeiro filme solo da heroína de histórias em quadrinhos que possui uma história de 75 anos. Então, dizer que há muita responsabilidade nos ombros cheios de músculos de Gadot é um mal entendido. Mas nada disso parece perturbar a generosa e consistente atriz que a diretora Patty Jenkins chama de “o espírito natural da Mulher Maravilha”.
Mesmo durante uma gravação tempestuosa, em março, no Leavesden Studios, localizado nos arredores de Londres, a atriz não parece perturbada pelas condições extremamente geladas nas quais ela deve atuar. Em vez disso, durante uma pausa na produção fisicamente difícil, Gadot se senta diante de um aquecedor, com uma capa preta estendida sobre seu traje, para conversar sobre as emoções e desafios de interpretar o principal ícone feminista.
Entertainment Weekly: Qual foi a sua sensação a primeira vez que você colocou o traje da Mulher Maravilha?
Gal Gadot: Eu o vesti pela primeira vez depois que eles me escolheram como Mulher Maravilha para Batman v Superman. Foi o máximo para mim. Eles me disseram que eu consegui o papel e, dois dias depois, eu estava em Michigan, no frio novamente, fazendo a prova do traje e foi demais. Parecia um lindo sonho. Foi muito emocionante e eu estava muito, muito feliz e me senti bem. Mesmo com todo o surrealismo da situação, ela parecia normal.Foi porque você se conectou muito com esta personagem?
Eu a amo. Amo mesmo.Por que?
Eu sinto que Diana realmente é acessível. É fácil se identificar com ela. Ela tem o coração de um humano, então ela consegue ser emocional; ela é curiosa, ela tem compaixão, ela ama as pessoas. Mas ela também tem os poderes de uma deusa. Ela é toda do bem, ela luta pelo bem, ela acredita no ótimo. Eu quero ser ela. E em Mulher Maravilha, ela tem essa ingenuidade nela. Não é besta, é mágico. Eu gostaria de ser ingênua assim novamente.E essa ingenuidade vem da educação dela?
Ela é uma jovem idealista que aprendeu que o mundo é muito simples: é preto ou branco, bom ou ruim. É como ela foi criada. É no que ela acredita e há algo encantador nessa maneira simplista em que ela vê o mundo. Mas, uma vez que ela se apaixona e começa sua jornada com Steve Trevor (Chris Pine), ele a educa sobre a complexidade da humanidade. Não existe uma coisa só boa ou ruim, preto ou branco. É complicado.Para você, o quão importante foi que uma mulher dirigisse este filme?
Eu acho que foi importante. É uma história sobre uma garota se transformando em uma mulher. Eu acho que só uma mulher que foi uma garota é capaz de contar a história da maneira certa.Como você descreveria o seu trabalho com a diretora Patty Jenkins?
Toda a minha vida eu trabalhei com diretores do sexo masculino, o que eu realmente gostei. E eu tenho sorte de ter trabalhado com homens que têm muito respeito pelas mulheres. Mas trabalhar com uma mulher é uma experiência diferente. Parece que a comunicação é diferente. Falamos de emoções. Com Patty, isso acontece muito agora, nós nos comunicamos com os olhos. Ela não precisa dizer nada. Se eu estou machucada, ela sente a dor. Eu tenho uma ligação totalmente diferente com ela. Ela também é genial, ela é brilhante, ela é feroz, ela é esperta. Ela sabe exatamente o que ela quer que a Mulher Maravilha seja. Durante muito tempo, as pessoas não sabiam como abordar a história. Quando Patty e eu tivemos nossas conversas criativas sobre a personagem, percebemos que Diana ainda pode ser uma mulher normal, com valores muito elevados, mas ainda uma mulher. Ela pode ser sensível. Ela é inteligente, independente e emocional. Ela pode estar confusa. Ela pode perder sua confiança. Ela pode ter confiança. Ela é tudo. Ela tem um coração humano.Isso tem sido uma grande tarefa física para você, também. O que você consegue fazer agora que você não conseguia fazer antes de começar a treinar para o papel?
Durante toda a minha vida eu fui muito ativa. Eu era instrutora de combate no exército israelense. [Risos] Viu, tudo [na minha vida] me levou a ser a Mulher Maravilha. Eu ganhei muita massa corporal, após eu ter sido escalada para o papel. Eu dancei durante 12 anos e pratiquei muitos esportes de equipe: basquete e vôlei. Mas agora eu levanto muitos pesos. Isso é novidade. Eu me sinto muito mais forte do que eu era. Eu sinto isso na minha postura e no jeito que eu mantenho o meu corpo. Eu me sinto bem. Eu comecei muito, muito magra e, por ter ganhado massa corporal, eu realmente gosto de como o meu corpo está… Muito mais do que antes. Eu gosto das curvas. Eu gosto da força, das costas, dos bíceps. Agora eu estou ciente dos meus músculos. E eu gosto disso.Essa grande tarefa parece ser uma grande responsabilidade?
É uma grande responsabilidade. Sabíamos que queríamos contar uma história que inspiraria as pessoas: mulheres, homens, meninos e meninas. E nós não queríamos apenas mostrar uma história genérica do crescimento de um super-herói. Queríamos que ela fosse plena e inteira. Esta é a primeira vez que contamos essa história e eu sinto que há tantos garotos, eles têm grandes modelos para seguir. Eles têm Superman, Batman, Homem-Aranha e a lista é imensa. E eles são fortes, todo-poderosos, eles são positivos, ativos e proativos. Para as meninas, eu acabei de ter uma conversa com a minha filha, Alma, e ela estava dizendo algo sobre o príncipe que ela viu em A Bela Adormecida, ela estava dizendo que ele é corajoso e forte. E eu perguntei sobre a princesa e ela me disse, “Ela é fraca”. E eu disse, “O que você acha disso?”. E ela tem 4 anos, minha filha. E ela me disse, “Ela não deve ser fraca”. E eu perguntei “Por que você acha que ela é fraca?”, e ela disse, “Ela está dormindo o filme inteiro e o príncipe vem, a beija e a salva. Ela não fez nada.” Eu sinto que eu tenho a oportunidade de criar um ótimo modelo a ser seguido, para as garotas se espelharem em uma mulher forte, ativa, compassiva, amorosa, positiva e acho isso muito importante. Já era hora de alguém fazer isso e me sinto muito privilegiada e honrada de ser essa pessoa.
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