Gal Gadot será uma das produtoras do filme ‘My Dearest Fidel’

Gal Gadot adicionou mais um título em seu currículo: agora ela também é produtora!

Ao lado de seu marido Jaron Varsano e de Sue Kroll (Mulher-Maravilha), a atriz produzirá o filme baseado no artigo de Peter Kornbluh para o Politico, My Dearest Fidel”: An ABC Journalist’s Secret Liaison With Fidel Castro (“Meu Querido Fidel”: A Ligação Secreta de uma Jornalista da ABC com Fidel Castro, em tradução livre).

A Warner Bros. adquiriu os direitos para o filme, através de Sue Kroll, com a sua empresa Kroll & Co. Entertainment, em um contrato de exclusividade. Assim, Sue Kroll desenvolverá o material e produzirá o filme ao lado de Gal Gadot e Jaron Varsano. A atriz possivelmente atuará no filme.

Sue Kroll e Gal Gadot já trabalharam juntas no filme de sucesso de 2017, Mulher-Maravilha, quando Kroll era uma das maiores executivas do estúdio. Em janeiro, Sue Kroll deixou o posto de presidente de Marketing e Distribuição Mundial na Warner Bros. e, em abril, fundou a Kroll & Co. Entertainment.

O co-criador de Narcos, Chris Brancato, adaptará o artigo de Kornbluh.

O artigo conta a história inédita de como a jornalista da ABC, Lisa Howard, se envolveu no que Kornbluh descreveu de “diplomacia íntima” com Fidel Castro e se tornou a principal confidente norte-americana do líder cubano. Howard se tornou peça chave na criação de um canal ultrassecreto entre Washington e Havana, para discutir a reconciliação após a Crise dos Mísseis Cubanos de 1962. Ela também foi a primeira repórter da ABC em tempo integral e a primeira mulher a fundar o seu próprio telejornal em uma rede de TV. Na tentativa de mudar o curso da Guerra Fria, as três viagens de Howard para Cuba foram cruciais no avanço de uma das parcerias mais importantes na história das relações entre os EUA e Cuba. Howard morreu em 1965 de uma overdose de analgésicos.

Quando li pela primeira vez o artigo de Peter, fiquei encantada com a emocionante narrativa de uma mulher complicada e fascinante no meio de um drama da vida real de alto risco,disse Gal Gadot em nota oficial. “Eu soube imediatamente que tinha que estar envolvida criativamente em contar a história de Lisa Howard, estou emocionada em estar produzindo esse filme com a Sue.

Estou tão ansiosa em dar vida a esta história com ótimos parceiros criativos como Gal (Gadot), Jaron (Varsano), Peter (Kornbluh) e Chris (Brancato). Essa é uma história real notável, contada por uma mulher incrível e se presta a uma experiência cinematográfica dramática e emocionante.” disse Kroll em um comunicado.

Em suas contas oficiais nas mídias sociais, Gal Gadot informou que “Jaron e eu estamos muito ansiosos em estar ao lado de Sue para levar essa história à telona. É só o começo…”

Leia os primeiros parágrafos do artigo de Peter Kornbluh publicado no site Politico e traduzido pela equipe do Gal Gadot Brasil.

Lisa Howard ficou esperando por mais de duas horas na suíte do Hotel Riviera, tempo suficiente para tomar banho, se vestir e colocar maquiagem e, então, tirar tudo e se arrumar para dormir, quando ela pensou que ele não estivesse vindo. Mas, às 23:30 daquela noite em Havana, 2 de fevereiro de 1964, (Lisa) Howard, uma correspondente norte-americana da ABC News, finalmente ouviu a batida na porta. Ela a abriu e viu o homem que ela estava esperando: Fidel Castro, o líder de 37 anos da revolução cubana e um dos principais líderes antagonistas dos EUA da Guerra Fria.

Você pode ser o Primeiro Ministro, mas eu sou uma jornalista muito importante. Como você se atreve me deixar esperando?” declarou Howard, fingindo raiva. Ela então convidou Castro para o quarto dela, acompanhado por seu assessor principal, René Vallejo.

Nas horas seguintes, eles conversaram sobre tudo, desde teorias marxistas até o tratamento de prisioneiro políticos cubanos. Eles relembraram o presidente John F. Kennedy, que havia sido assassinado há apenas alguns meses. Castro contou a Howard sobre a viagem dele a Russia, na última primavera, e da “atenção pessoal” que ele recebeu do “brilhante” Primeiro-Ministro soviético, Nikita Khrushchev. Howard repreendeu Castro pelo regime repressivo que ele estava criando em Cuba. “Para fazer uma revolução honrosa… você deve desistir da ideia de querer ser o primeiro-ministro.” “Lisa,” Castro perguntou, “você realmente acha que eu comando um Estado policial?” “Sim,” ela respondeu. “Acho.

Nas primeiras horas da manhã, Howard pediu que Vallejo fosse embora. Finalmente sozinho com ela, Castro passou os braços pela jornalista americana e os dois deitaram na cama, onde, como Howard recordou em seu diário, Castro “me beijou e me acariciou… habilmente com uma paixão contida”.

“Ele falou sobre querer me ter,” escreveu Howard, mas “não me despiria ou faria tudo.” “Nós gostamos muito um do outro,” Castro disse a ela, admitindo que ele estava tendo dificuldade em encontrar palavras para expressar a relutância dele. “Você fez muito para nós, escreveu muito, falou muito sobre nós. Mas se dormirmos juntos, isso será complicado e o nosso relacionamento será destruído.

Ele disse a ela que a veria novamente, “e que isso aconteceria naturalmente.” Logo antes do nascer do sol em Havana, Castro colocou Howard para dormir, apagou as luzes e saiu.

A viagem de Howard para Havana no inverno de 1964 foi fundamental para o avanço de uma das mais incomuns e significativa parcerias na história das relações entre os EUA e Cuba. Ela se tornou a principal confidente norte-americana de Castro, bem como a sua interlocutora disfarçada com a Casa Branca – o elo fundamental em um canal ultrassecreto que ela estabeleceu sozinha entre Washington e Havana, para explorar a possibilidade de reaproximação, após a crise dos mísseis cubanos. De meados de 1963 ao final de 1964, Howard secretamente retransmitiu mensagens do regime revolucionário cubano à Casa Branca e vice-versa; ela também usou as suas habilidades de repórter e a sua alta posição na ABC para desafiar publicamente a mentalidade da Guerra Fria de que Castro era um inimigo implacável dos interesses dos EUA. O papel dela como pacificadora foi construído sobre um relacionamento pessoal complexo e pouco compreendido que ela conseguiu forjar com o próprio Castro – um relacionamento que era político e pessoal, intelectual e íntimo.

Hoje, quase ninguém se lembra de Lisa Howard. Mas no início dos anos 1960, ela foi uma das jornalistas mais famosas da TV nos Estados Unidos – uma glamorosa ex-estrela de novela que se reinventou como repórter e, depois, subiu ao topo do mundo monopolizado pelos homens dos noticiários de TV. Ela se tornou a primeira mulher correspondente da ABC e a primeira mulher a fundar o seu próprio noticiário em uma rede de TV. O papel influente dela na mídia fortaleceu os esforços em Cuba, mesmo que preocupasse as autoridades da Casa Branca que eram alvos da incessante pressão dela para mudar a política dos EUA.

O primeiro encontro de Lisa Howard e Fidel Castro aconteceu em 21 de abril de 1963, quando a jornalista esteve em Cuba e insistiu incessantemente que o líder lhe concedesse uma entrevista.

Com informações do Deadline